sábado, 2 de outubro de 2010

Histórico de Icó

No início do século XVIII, as tribos indígenas que habitavam a região se opuseram tenazmente ao elemento colonizador. Entre as serras do Pereiro e os vastos sertões do Cedro, o capitão-mor Gabriel da Silva Lago fêz erguer uma paliçada para defender os moradores da ribeira dorio Salgado, surgindo ali o arraial Novo, hoje cidade de Icó. Após lutas sangrentas entre sesmeiros,colonizadores e indígenas, o Padre João de Matos Serra, prefeito das Missões, obteve pacificação. Opovoamento e o desenvolvimento da região muito ficaram devendo às famílias Monte e Feitosa, quedesfrutavam então de grande prestígio e dominavam vastas áreas do território. A capela de Nossa Senhora do Ó, padroeira do povoado, foi erguida por Francisco Monte, em meados do século XVIII.Origem do Topônimo: Nome de uma tribo Tapuia que que habitava o território
compreendido entre os Rio Jaguaribe e o Peixe.
Gentílico: icoense
Igreja da Matriz - Nossa Senhora da Expectação

Primeira construção edificada na cidade de Icó, por volta de 1709. Época de grandes agitações e bravas lutas, entre as famílias, Montes e Feitosas, que com prestígios e bravura defendiam suas terras. Por ocasião de uma destas lutas, a filha do coronel Francisco Monte e Silva, foi assassinada. A esposa deste bravo pioneiro, sensibilizada por sepultar sua filha em pleno campo doou 1 légua de terra e mandou erigir uma capelinha para servir de túmulo a sua filha, sob invocação de Nossa Senhora do Ó. Também por essa época, o lugar antes chamado Icó dos Montes passou a ser conhecido como Arraial, depois Sítio Nossa Senhora do Ó. Hoje a capelinha que serviu de túmulo para os dominantes daquela época, é a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Expectação. Duas grandes reformas sofreu a capela para se tornar a então matriz de hoje, uma em 1785 e outra em 1911. No ano de 2000 a Igreja Matriz foi restaurada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, e devolvida à comunidade local em 15 de abril e 2000. A sua padroeira é Nossa Senhora da Expectação. Faz parte do Patrimônio Histórico Nacional.
 
Sobrado do Mirante
É uma edificação em estilo colonial, contendo três pavimentos, onde o terceiro andar funcionava como MIRANTE; exigência das necessidades da época, devido as grandes agitações sociais nordestinas. Contendo 8 janelas, sendo duas em cada lado, proporcionando uma vista panorâmica geral da cidade e das várzeas mais distantes, contornadas pelas serras e cortada pelo rio salgado. Faz parte do Patrimônio Histórico Nacional.

Igreja de Nossa Sra. da Conceição
 
Edificação imponente, que se destaca pelos seus belos efeitos decorativos, e pelo adro tem-se uma agradável visão panorâmica da cidade. Sabe-se que é secular, porém não se sabe precisar o ano de sua construção. Porém há edifícios fortes de ter sido construída pela família “Monte” daí o seu nome e não pelo fato de estar no ápice de um monte. Ao lado está o centenário Cemitério Público. Conta-se que foi construída por portugueses que por este sertão pisaram, daí sem estilo barroco que caracteriza as artes portuguesas.
 
   
 
 Sobrado do Barão do Crato
 
O sobrado é uma verdadeira obra de arte com linhas arquitetônicas em estilo colonial, onde dão a idéia do tipo de morada simples que viviam os sertanejos com títulos de nobreza. A data da sua construção é incerta, provavelmente há mais de 200 anos. Em um dos quartos do andar superior, existia um alçapão que dava pára um fosso no andar de baixo. Alguns dizem que o vão se destinava a esconderijos de pessoas ou bens nas ocasiões de combate e saque do cangaço pelos sertões cearenses. O sobrado pertenceu a Bernardo Duarte Brandão – O BARÃO DO CRATO, como herança de seu pai Bernardo Duarte, homem influente no sertão Cearense e possuidor de grande fortuna. Duarte Brandão – BARÃO DO CRATO, detinha muito prestígio político e gozava de fina cultura por ter sido educado na Europa. Ao concluir seus estudos regressou ao Brasil, fixando residência no Icó neste aludido solar. Ao aqui chegar se apaixonou perdidamente pela própria irmã, Dona Maria do Rosário, que ele havia deixado menina e em uma bela donzela se tornara. Pretendeu com ela se casar. Todo esforço foi feito para realizar seu intento, porém foi em vão. Nem o bispo nem o papa concordaram com a incestuosa união. (ambos morreram solteiros). Ele em 19 de julho de 1880 aos 49 anos de idade faleceu em Paris (França). O sobrado ficou como herança para sua irmã, Dona Maria do Rosário, que por desgosto deixou-o abandonado por mais de 70 anos. Hoje este sobrado faz parte do Patrimônio Histórico Nacional. 

Casa de Câmara e Cadeia




Sua construção foi iniciada em 2 de setembro de 1740 tendo sido concluída em 1744. Documentos relatam que o então governador João de Tefé, propôs a El-Rei que fosse cobrados impostos do meio tostão por cada cabeça de gado que fosse abatido para a Bahia e Rio de Janeiro, para com esses impostos serem construídos a Cadeia e Casa da Câmara, em três vilas, inclusive a de Icó. Em 20 de Abril de 1882, foi baixado um decreto
criando a Capela no interior da Penitenciária, que guarda em seu interior a imagem de São Domingos (protetor dos presidiários). O prédio possui dois pavimentos. Faz parte do Patrimônio Histórico Nacional.

Igreja do Sr. do Bonfim



Construída aproximadamente em 1749. No seu interior no altar principal, abriga a imagem do Senhor do Bonfim. Segundo a tradição popular, a referida imagem foi trazida da Bahia, provavelmente de Salvador, acompanhada de uma procissão de fiéis, que num ato de fé e devoção, fizeram todo percurso a pé. No dia 1º de janeiro de cada ano, a cidade inteira se agita para comemorar a Festa do Senhor do Bonfim. É um acontecimento de beleza ímpar, cuja festa tem início com uma procissão, onde a imagem é conduzida por uma multidão de devotos contritos, entoando cânticos sacros pelas ruas principais da cidade, ornamentada de luzes nos grandes arcos e o chão coberto de tapetes de serragem coloridas. Na ocasião da chegada do Santo à Igreja, milhares de fogos de artifício são queimados, produzindo estrondos inigualáveis enchendo o Céu de luzes e fumaça. Faz parte do Patrimônio Histórico Nacional.